Descrição
Os trovões que espocavam furiosos no céu chuvoso eram a única forma de iluminar a cama, iluminar o sono que não vinha, os pensamentos que aportavam cada vez mais potentes. A vida seguia um curso tão inesperado que, pela primeira vez em semanas, ele finalmente conseguia pensar à frente. Sua cabeça, fazia tempo, não raciocinava sobre o que viria, apenas processava o presente e, principalmente, o passado.
Resolveu parar de pensar enquanto não era tarde demais. Pensar pode machucar mais do que se imagina. Precisava continuar seu curso determinado pelo destino. Adentraria o mundo ardiloso da aventura criada para esquecer os últimos acontecimentos. “Navegar é preciso”, dizia o poeta. Resolveu acreditar na frase famosa e embarcar no Réginne, barco que roubou de um amigo, apoiado na percepção de que poucas coisas tinham precisão na sua realidade atual. “Agora, ao menos alguma coisa será precisa por aqui”.
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