Descrição
– Bate nele!
– É, acerta ele!
– Vai!
– Vai!
A multidão no pequeno ginásio estava alvoroçada. Natural, afinal já se passara tanto tempo sem este tipo de combate – por diversão, por brincadeira – que eles já haviam até esquecido como era. Combate, para o grupo que estava ali, era o fuzil na mão, baionetas bem afiadas, muitos gritos e caos perfazendo os pequenos momentos de solidão patriótica enquanto ficávamos largados em pequenos bosques no interior do país que inventara o lema “um por todos, todos por um”. Aquela guerra nunca tinha sido minha, nem seria. Eu gostava mais do que estava fazendo agora e aqueles malditos alemães tiraram minha chance de uma bela carreira – talvez de ser campeão de peso-leve. Agora eu lutava aqui, num ginásio apertado e ainda tinha que lidar com aquele maldito suvenir prateado que estava alojado na minha coxa esquerda e John, o médico de combate da Infantaria, havia dito que não era o caso de remoção. O pior de tudo é que aquilo ainda doía pra cacete.
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