Descrição
— Dez minutos. — informou o piloto ao passar por Wilson.
Por alguns segundos o mundo parou. Ficou sem reação, tudo o que viu e
sentiu foram o cheiro forte de mortadela e os sapatos italianos de couro do
piloto.
Pulou do assento, queria descer do avião. Gesticulava e falava, e falava
coisas sem sentido. Sentiu o horror. A miséria do mundo ria um riso franco e
destemido. Era o fim.
Para ele era inadmissível ir participar de um evento tão importante nestas
condições. Havia deixado claro que o piloto, assim como todos envolvidos
no projeto, deveriam ser praticantes, afinal, os detalhes são importantes e
demonstram o quão empenhado estão os defensores da vida.
Os sintomas eram conhecidos, não suportava esse tipo de pessoa. A
intolerância roia-lhe o estômago. Passava mal em estar na mesma sala com um
filho da puta que colabora e financia as matanças.
— Os mesmos de sempre que ganham com a miséria e com a morte. Que
matam o mundo, que o destroem.
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