Descrição
Todos os dias ele se deitava em sua cama e ouvia apenas os grilos e o
vento batendo na velha janela de madeira do seu quarto. Fechava os olhos
e imaginava as luzes que brilhavam ao longe no horizonte, além de onde
a vista podia alcançar. Ah, a cidade grande, um dia ele estaria lá. Seria seu
dono, seu senhor, o homem que colocou a selva aos seus pés. Esse caipira
ela não iria engolir como fez com tantos outros. Na hora certa, ela se renderia
a ele. Dormiu.
Acordou em um banco de rodoviária, com o sol queimando seu rosto
e com um guarda gritando ao seu ouvido “Acorda caipira, isso aqui não é
albergue”. Com os olhos ainda semicerrados, pegou sua mochila e saiu
andando. Antes de atravessar a rua, se voltou para o guarda e perguntou
onde estava. E com um sorriso irônico o guarda apenas disse: “bem-vindo
à selva, garoto”.
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