Descrição
Adolfo olhou na sua gaveta e não estava lá. Procurou nos bolsos das
calças, camisas e casacos. Nada. Seguindo a ordem natural dos eventos,
entrou em paranóia. “Onde foi parar essa porcaria de nariz?”. Andou pela
casa, não perguntando, apenas sondando, fingindo que ia pegar algo na
geladeira ou procurar um livro na estante. Se algum deles tivesse encontrado
o nariz de palhaço, com certeza alguma piada seria lançada em média ou
curta distância, esperando um momento de distração em que ele estivesse
concentrado em outra coisa.
Talvez, numa casa normal, as pessoas apenas dissessem: “Nossa, que
coisa engraçada. Achei um nariz de palhaço!”. Mas em sua casa isso não
faria sentido. Afinal, como eles tinham “senso de humor”, o procedimento
seria guardar o achado, esperar várias horas até confirmar quem era o
proprietário e, assim que ele estivesse concentrado em outra ação que
não procurar o nariz vermelho de plástico, a pessoa surgiria pelas costas
dizendo algo como “Procurando isso?”. Diante da cara atônita da vítima, o
ritual seria seguido por vários trocadilhos infames e piadas que deixariam
até mesmo um animador de asilos com sono.
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