Descrição
Todas as noites ela sonhava quase a mesma coisa. Praticamente
o mesmo sonho com algumas variações. Havia uma mala,
roupas para colocar dentro dela e uma urgência inexplicável para
sair de onde estava.
Às vezes era uma viagem com destino incerto, mas sempre
repentina. E ela, afobada, não partia sem tentar colocar na mala
tudo o que julgava ser preciso levar consigo. O sonho seguia e a
mala continuava aberta, suas coisas espalhadas, ela sem achar o
necessário, o necessário nunca muito claro, a urgência da partida
atormentando a mente, a mente atormentada atrapalhando os
pensamentos, os pensamentos desorganizados esquecendo o
necessário e o coração disparando ao ver a mala ainda aberta,
incompleta, e a partida cada vez mais próxima.
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